Autor: Alessandra Amaral Schwanke
Orientadora: Profª Drª Mitzy Tannia Reichembach Danski
Resumo: O cateter venoso central (CVC) é uma tecnologia dura amplamente utilizada em diversas situações clínicas de emergência e uma alternativa para pacientes que necessitam de hemodiálise (HD) que não possuem acesso vascular permanente. Embora, ainda muito utilizado para a HD, o CVC oferece algumas desvantagens, incluindo o risco para infecção da corrente sanguínea (ICS). A presente pesquisa tem como objetivo geral avaliar fatores de risco para infecção da corrente sanguínea associada ao uso de cateter venoso central (CVC) de curta permanência para hemodiálise. Os objetivos específicos são identificar as ações realizadas pela equipe de saúde na inserção, manipulação e manutenção do CVC para HD e mensurar a incidência de infecção da corrente sanguínea, associada ao uso de CVC para HD. Trata-se de uma pesquisa com delineamento do tipo coorte prospectiva, com abordagem quantitativa, desenvolvida em um hospital de ensino na cidade de Curitiba/PR, nas unidades de Nefrologia, Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e Centro de Terapia Semi-intensiva (CTSI). A pesquisa foi realizada com dois grupos de participantes: grupo 1 com profissionais que realizam a inserção, manipulação e manutenção do CVC e o grupo 2 com pacientes que foram submetidos à inserção de CVC para HD. A coleta de dados ocorreu por meio de observação diária, direta e sistemática das ações de cuidados com o CVC. Utilizou-se um instrumento pré-elaborado do tipo checklist, e todos os procedimentos que envolviam o cateter desde a sua inserção, manipulação durante a HD e trocas de curativo, foram avaliados. Entre as ações de inserção foram observadas a degermação da pele, higiene das mãos e uso de barreira de precaução máxima. Na manutenção e manipulação foram observadas a higiene das mãos, o aspecto do sítio de inserção e as trocas de curativo. A amostra final foi composta por 69 pacientes que fizeram uso de 88 cateteres. Predominaram pacientes do sexo masculino (69,6%), com média de idade de 54,57 (± 15,9) anos, que estiveram internados em sua maioria no CTSI (39,1%). As variáveis sociodemográficas não apresentaram significância estatística com a ocorrência de infecção. Entre as variáveis clínicas, o tempo de internação foi significativo, mostrando que a permanência hospitalar por mais de 60 dias aumenta o risco de infecção em 7,13 vezes (p=0,0208). Os cateteres inseridos em veia femoral esquerda apresentaram risco 10,67 vezes maior de desenvolver infecção do que nos demais sítios de inserção (p=0,0383). Quanto às variáveis relacionadas à manipulação do CVC, pode-se observar que a higiene das mãos foi menos realizada no final da hemodiálise do que no início, da mesma forma que a fricção das mãos com álcool 70%. A troca do curativo com intervalo inferior a 24h aumentou o risco de infecção em 5,33 vezes (p=0,035). Conclui-se que os fatores de risco não estiveram relacionados com as práticas inadequadas dos profissionais, mas uma reavaliação dessas práticas poderão ter resultados positivos na melhoria do cuidado e consequentemente na redução dos índices de infecção. Palavras-chave: Enfermagem baseada em evidência. Cateterismo venoso central. Infecções relacionadas a cateter. Hemodiálise.
Dissertação completa: https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/45777