A Implantação e Avaliação de um Protocolo de Prevenção de Úlcera por Pressão

Priscila Mingorance
Mitzy Tannia Reichemback Danski

 RESUMO

A equipe de enfermagem deve conhecer os fatores de risco relacionados à úlcera por pressão (UP) no intuito de intervir e minimizar os danos ao paciente hospitalizado, para tanto, utiliza-se de diretrizes clínicas de prevenção.

Trata-se de uma pesquisa quantitativa descritiva, que teve por objetivos descrever o processo de implantação de uma diretriz clínica para prevenção de úlcera por pressão em clínica de alta prevalência de um hospital universitário de Curitiba e avaliar a adesão dos funcionários à utilização da diretriz clínica.

A metodologia deu-se com a implantação da diretriz, ocorrida por capacitação dos funcionários de enfermagem nos turnos de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto de um Hospital Universitário de Curitiba. Realizou-se três módulos e transcorreu de setembro a novembro de 2009.

A adesão à diretriz clínica foi avaliada por meio de um questionário que abrangeu os fatores de risco para UP listados pela escala de Braden, sendo os dados coletados em maio de 2010.

Os critérios de inclusão para composição da amostra foram a participação do funcionário em pelo menos dois módulos e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. Houve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFPR. A UTI possuía na época da coleta de dados 53 funcionários, dos quais, 38 iniciaram a capacitação, sendo que 9 participaram dos três módulos, 13 de dois e 16 de apenas um, a amostra final resultou em 16 funcionários.

Os resultados mostraram que 81% dos funcionários da amostra realizam ações de cuidado para prevenir a desnutrição, enquanto que os itens pressão, mobilidade, fricção e cisalhamento avaliados são desempenhados por 100% da amostra. Constatou-se que 94% da amostra efetuam mudança de decúbito como principal ação para minimizar a pressão e auxiliar na mobilidade.

Quanto à fricção e cisalhamento, a utilização de lençóis para a transferência e mobilização dos pacientes foi citada em 31% dos instrumentos coletados. A ação de cuidado mais citada para o fator umidade foi manter a pele limpa e seca (94%), enquanto que a ação para o fator nutrição foi seguir o plano nutricional prescrito (69%).

Como considerações, a pesquisa mostrou que os funcionários avaliados listaram pelo menos uma ação de cuidado relacionada a cada fator de risco questionado, destacando-se que houve significativa porcentagem de ações de cuidado não relacionadas aos fatores de risco avaliados.

Os resultados inferem que a capacitação não ocorreu com metodologia adequada para compreensão do tema pelos funcionários, que o tempo foi insuficiente para que compreendessem todas as ações de cuidado e que houve falta de interesse dos funcionários em participar da capacitação dado o número reduzido de funcionários que realmente compôs no mínimo dois módulos. Sugere-se que estudos subsequentes sejam desenvolvidos, com a finalidade de avaliar a efetividade da diretriz clínica implantada na referida UTI.